terça-feira, 29 de dezembro de 2020

GANHANDO UM QUINTAL PANC

 GANHANDO UM QUINTAL PANC

Bem, ganhando um quintal PANC é só modo de dizer kkkk Na realidade quando comecei a colecionar os matos comestíveis, eu morava em um apê na rua da consolação, bem, minhas plantas não estavam muito felizes... então depois de uns anos senti uma forte necessidade de ter uma casa com quintal...


Depois de muito tempo, meu marido Ricardo se convenceu também da necessidade de sair do apê e em 2 visitas a imóveis, acabando nos decidindo por uma casa na zona norte. Porém o quintal e lateral da casa, a frente são totalmente cimentadas, com exceção de um canteiro nos fundos onde já tinha um pé de acerola, um aguaí e uma videira, além de um pé de erva cidreira, Lippia alba.


Sempre olhava com um certo desânimo para taaaanto concreto... até que um amigo me convenceu a marcar um mutirão e depois de 4 mutirões, quebrando no muque, o quintal está quase todo quebrado. Me mudei para a casa no final de março de 2018, o primeiro mutirão só ocorreu em setembro, incluindo um pequeno ritual à Mãe Terra com pequeno grupo de amigos. 

 

Depois de soltar várias placonas de concretado, eu tinha de quebrá-los e fui fazendo aos poucos, no início era uma montanha só de blocos... e tive que aprender a quebrá-los com uma pequena marreta, que eu chamei de marreta de boneca, aprendi que pra quebrar um blocão, ele não deve estar totalmente na horizontal, mas levemente inclinado, apoiado nos blocos, bem, minha força não é aquelas coisas, pois eu tinha de dar umas 3 ou 4 marretadas para conseguir parti-las, foi um trabalho insano, mas finalmente todos os blocões estão quebrados agora kkkk Minha teoria é que se o blocão está encostado em um ponto só, fica muito mais fácil quebrá-los pois toda sua energia vai para aquele ponto, facilitando o trampo. Aprendi também a quebrar o cimentado com o vergalhão, o que não era uma tarefa nada fácil.


A seguir algumas fotos dos mutirões. Ainda tenho bastante entulho pra tirar.


              1º mutirão quebra quebra, 2018


                2º mutirão quebra quebra, 2018


                         parte do grupo do mutirão, com direito a um 2º ritual de cura e plantio conduzida pela nossa querida amiga indígena Airé


                      frutas, sementes, flores, água, fogo para o ritual de cura e plantio


          final do 3º mutirão, 2019


         grupo do 3º mutirão quebra quebra

 

                 montanha de blocos do cimentado, 2019

 

              semeando dentes de leão no quintal, 2019

 

                   4º mutirão quebra quebra, 2020

                          abr/2020

 

                        montando o 2º pequeno canteiro, jun/20


                 dez/20 com o 3º pequeno canteiro 


               micro canteiro de mandiocas, já colhi umas folhas, sequei e triturei, coloco na comida, é uma bomba de vit. A


            serviço não terminou, no fundinho do quintal ainda tem concreto pra desconcretar e entulhos espalhados, conclusão, a parte plantada ainda é cerca de 1/5, creio




                       
 


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

BELDROEGÃO, MAJOR-GOMES, Talinum paniculatum/T. triangulare

 BELDROEGÃO, MAJOR-GOMES, Talinum paniculatum/T. triangulare


O beldroegão tem vários nomes populares pelo Brasil, assim como várias PANC, outros nomes são beldroega-graúda, bredo, língua-de-vaca, joão-gomes... (T. paniculatum) e  cariru, erva-gorda, maria-gorda, etc (T. triangulare). Eu já havia postado há alguns anos sobre essa planta aqui neste blog, mas agora com mais fotos e mais algumas curiosidades reapresento novamente aqui.

É planta nativa do Brasil, aqui  na cidade de S. Paulo, a espécie que sempre encontro é a Talinum paniculatum, que possui flores cor de rosa minúsculas e bolinhas amarelas nos galhos, que são as cápsulas onde se encontram minúsculas sementes pretinhas, que são comestíveis e vermífugas. A outra espécie da flor cor de rosa grande é a Talinum triangulare, que já encontrei em um sítio em Itapevi, no Vale do Capão vendendo nas feiras como verdura, em Angra dos Reis e em Araçatuba, inclusive nesta última cidade, onde moram boa parte da minha família, também existe uma T. triangulare da flor branca. Foi o único lugar onde encontrei essa variação da flor branca.

A beldroega-graúda das flores minúsculas (T. paniculatum) é riquíssima em magnésio, potássio e cálcio. Tendo também altos teores de proteína, ferro e zinco. Estas informações se encontram no livro Plantas Alimentícias não Convencionais de Valdely F. Kinupp, ele diz que as folhas podem ser consumidas tanto cruas como refogadas. Já a outra espécie, T. triangulare pode ser consumida crua, mas preferencialmente cozida.

Um provável homenageado que dá nome à essa planta poderia ser o Major Manoel Gomes Archer, que por ordem do imperador D. Pedro II, reflorestou a mata da Tijuca, desobedecendo as ordens de plantar em linha, preferiu um plantio aleatório, como ocorreria na natureza, de forma mais orgânica possível, durante 12 anos replantou cerca de 80 mil mudas sobretudo de espécies da mata Atlântica.
 
Dito isso, me lembro um dia em que eu estava na horta das corujas e apareceu um grupo de crianças muito pequenas de uma escola em visita à horta e eu falei um pouco sobre as PANC para elas, e a planta que elas mais se divertiram em ver foi justamente esta devido às suas cápsulas amarelas, bolinhas que ficam grudadas nos ramos após florirem. No final as crianças foram embora felizes com seus galhos do beldroegão com suas cápsulas amarelas para propagarem na horta da escola.
 
Na medicina popular a beldroega graúda (T. paniculatum) é usada como cicatrizante, contra infecções intestinais, fadigas, cansaço físico e mental, usado na forma de decocto das folhas e raízes fatiadas. Contém mucilagens, taninos, pigmentos, ácido fólico e sais minerais, segundo Harri Lorenzi. 

Há estudos científicos com a espécie T. paniculatum apresentando atividade inibitória in vitro contra Candida albicans, fungo causador de infecções oportunista. Apresentou também atividade contra Enterobacter aerogenes, causador de doenças infecciosas, contra Staphylococcus aureus, micro organismo multirresistente*, etc... **
 
A planta se propaga por sementes ou estaquia, por galhos e também retirando um pedaço da planta com raiz.
 
 
                   Beldroegão, Talinum triangulare, Araçatuba, 2020

                        Beldroega-graúda, T. triangulare, Araçatuba, 2020

                         Beldroegão da flor branca, Araçatuba, 2020

                              Beldroega-graúda, Araçatuba, 2020

                      Beldroegão das flores cor de rosa, Araçatuba, 2020

            Beldroegão das flores brancas nas calçadas de Araçatuba/SP

            Beldroegão das flores minúsculas cor de rosa, T. paniculatum, plantio em caixa de isopor de salmão, S. Paulo, 2020

    Beldroegão (T. paniculatum) nas calçadas do bairro Vila Paulicéia, zona norte/SP


* ..."As doenças infecciosas continuam sendo a principal causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo"... "os microorganismos multirresistentes também são um dos maiores problemas do ambiente hospitalar, onde ocorre o uso frequente e indiscriminado de antibióticos, contribuindo para isso."

** fonte: Caracterização química e avaliação das atividades antibacteriana, antifúngica, antimicobacteriana e citotóxica de Talinum paniculatum - Luís F. C. dos Reis et al. - Revista Inst. Med. Trop. S.Paulo - vol. 57 nº 5 São Paulo set/out/2015



quarta-feira, 11 de novembro de 2020

MELÃO CROÁ, cruá, maracujina, Sicana odorifera

 MELÃO CROÁ, cruá, maracujina, melão de caboclo, Sicana odorifera


O croá é planta nativa do sul do Brasil. É uma trepadeira e seus frutos lembram abobrinha quando estão jovens e vão crescendo e ficando bem alongados e cilíndricos, com coloração de vinho ou preto, tem casca dura e lisa, atingindo mais ou menos uns 35 cm de comprimento. Se propaga somente por sementes.


Os frutos podem ser consumidos in natura, sua polpa sem sementes podem ser usadas para preparar suco, mousse, sorvete, geleia, licor, etc. além de pratos salgados como cremes, purês e refogados. A polpa amarela sem semente pode ser usada como melancia para fazer suco segundo Kinupp em seu livro de PANC.


A casca fervida produz um chá arroxeado e podem ser  consumidos frios com limão, na forma de um suco. As sementes torradas podem ser servidas como aperitivo ou moídas para consumo como farinha. Os frutos verdes podem ser refogados como legume, já usei ralado e refogado com ovos e também criei um bifinho vegetal com receita abaixo.


É excelente fonte de cobre, ferro e molibdênio, sendo fonte de carboidratos e zinco (Melão croá (Sicana sphaerica Vell.) and maracujina (S. odorifera Naud.): chemical composition, carotenoids, vitamins and minerals in native fruits from the Brazilian Atlantic forest; Galdino Xavier de Paulo Filho et al)

 

BIFINHO DE CROÁ DA REGINA

 

1 melão croá verde ralado
1 tomate picadinho
15 folhas de peixinho da horta picadinhas
10 folhas de erva baleeira picadinha
folhas diversas de PANC (folhas de batata doce, tanchagem, assa peixe, bertalha coração, ora pro nobis picadas), manjericão, etc
1 alho picadinho
1/2 cebola picadinha
2 colheres de linhaça moída
2 colheres de farinha de aveia
2 colheres de farinha de mandioca
farinha de trigo até dar liga
1/3 xíc. de chá de óleo de girassol
sal a gosto
1 pedaço de cúrcuma ralado
1 colher de sopa de curry
misture tudo e faça uma massa meio densa, que fique pegajosa
Aqueça uma frigideira com pouco óleo, de preferência anti aderente e coloque a massa no óleo quente, com uma colher e achate na própria frigideira, vire quando dourar
 



                             flor do melão croá, Sicana odorifera

 

                            croá ou cruá, lembra abobrinha quando verde


após as chuvas de outubro/novembro, os croás cresceram rápido


             o primeiro croá do pé crescendo a todo vapor



       alguns frutos pousaram sobre o muro, já colhi 3 croás verdes


                                       aqui a futura flor do croá ou melão de caboclo


o croá sendo uma trepadeira, vai subindo pelo muro com suas gavinhas


aqui o fruto verde foi ralado para preparo do bifinho vegetal


                                          bifinho de croá da Regina




quarta-feira, 28 de outubro de 2020

PEIXINHO DA HORTA, Stachys byzantina

 PEIXINHO DA HORTA, Stachys byzantina

O peixinho da horta tem vários nomes populares como lambari de folha, orelha de lebre, orelha de coelho, lambarizinho, etc. É planta nativa da Turkia, ásia e Cáucaso. 

É uma das PANC mais conhecidas devido ao seu aspecto, por conter pelos nas folhas, é uma planta muito tátil, lúdica para as crianças, eu particularmente gosto de chamá-lo de coelhinho da horta  também e é muito conhecida por ser consumida empanada e frita, muitos dizem ter sabor de peixe. Eu não acho, pois quando empanada e assada, fica muito sem gosto, para meu paladar, então precisa-se caprichar no tempero.

Possui fibras, proteínas, carboidratos, potássio, ferro, vitamina C, triptofano*, é antimicrobiano e antioxidante, segundo o estudo Propriedades nutricionais, antioxidantes, antimicrobianos e toxicidade preliminar do peixinho da horta (Stachys byzantina K.Koch), Thaise Duda de Azevedo, 2018, UFPR.

Já vi uma receita na internet que me pareceu interessante, empanar com ovo batido, enfarinhar, passar de novo no ovo e por último em gergelim e assar no forno, eu mesma nunca fiz.

A minha receita empanada e frita, foi empanar em ovos batidos temperados, pra quem é vegano passar na mucilagem feita com linhaça moída, e em farinhas misturadas (aveia, trigo, mandioca, linhaça) e passar em frigideira com pouco óleo até dourar.

E vai aqui uma receita que desenvolvi com o peixinho da horta com couve flor:


BOLINHO DE COUVE-FLOR COM PEIXINHO DA HORTA


1 couve flor pequena picadinha

2 dentes de alho picadinhos

1 cebola pequena picadinha

algumas folhas de erva baleeira, manjericão, alfavacão picadinhas

20 folhas de peixinho da horta picadas

panc variadas picadas (no caso usei uma pequena folha de taioba, espinafre de okinawa, ora pro nobis, folhas de batata doce, assa peixe...)

sal a gosto

cúrcuma em pó a gosto

curry a gosto

1 tomate picadinho

aproximadamente 2 colheres sopa rasas de farinha de aveia, 2 colhs. sopa rasa de linhaça em pó, 2 colhs. sopa rasa de farinha de mandioca e farinha de trigo

óleo de girassol para refogar


Refogue o alho e cebola no óleo até dourar, acrescente o tomate e o sal, e mexa, refogue por uns 2 minutos e acrescente as folhas e depois a couve-flor, mexa, refogue por uns 3 minutos e acrescente um pouco de água e tampe... quando estiver bem cozido a couve, acrescente as farinhas até virar uma massa consistente para modelar os bolinhos e achate-os com uma colher

Aqueça uma frigideira com um pouco de óleo e coloque os bolinhos até dourar


 

                                          Peixinho da horta do quintal de casa, 2020


                          bolinho de couve flor com peixinho da horta, 2020


bolinho de couve flor com peixinho da horta acompanhado de botões florais do lírio amarelo (Hemerocallis x hybrida) gratinado


                    Peixinho da horta, empanado e frito com pouco óleo, 2020




 * Triptofano é um aminoácido essencial que ajuda a sintetizar a serotonina (também encontrado no chocolate meio amargo e nozes), ajuda a controlar a depressão, ansiedade, melhora o humor e memória, regula o sono e ajuda a emagrecer. O triptofano também está presente no queijo, ovo, salmão, abacaxi, amendoim, castanha de caju, etc.


domingo, 27 de setembro de 2020

BERTALHA CORAÇÃO, Anredera cordifolia

 BERTALHA CORAÇÃO, Anredera cordifolia


A bertalha coração é nativa do Brasil, do sul à Bahia. Tem as folhas em formato de coração e pequeninas flores brancas em cachos, que as abelhas adoram, é uma planta trepadeira e soltam tubérculos aéreos que são comestíveis, mas como tem ácido oxálico*, é recomendável cozinhar muito bem, descartando a água.


As folhas podem ser consumidas cruas em salada ou podem ser usadas refogadas, em omelete, massas, bolos, patês... As folhas tem uma textura que lembra um pouco o espinafre, são ricas em ferro, cálcio e zinco. Sendo usada para combater anemia, consumida como salada. Tem ação antimicrobiana segundo Valdely Kinupp em seu livro PANC.


Além dessas informações a Embrapa também cita como boa fonte de proteína e fibras.


É uma planta de muito fácil cultivo, só precisa de um tutor pois é trepadeira... ideal também para se ter em vasos, quando eu morava em apartamento, era a planta que melhor se adaptou no vaso, sendo extremamente resistente.

 

A bertalha coração se propaga facilmente através de seus tubérculos aéreos, também é possível propagação por estaca, principalmente quando os galhos se assemelham a uma nova planta. Ou mesmo nos tubérculos aéreos começam a surgir pequenas mudas.

 

* O ácido oxálico é uma substância muito abundante na natureza, presente em várias plantas para sua defesa contra agentes naturais como bactérias, fungos, insetos, etc. O ácido oxálico é muito abundante no espinafre, beterraba, principalmente em suas folhas, no cacau, café, etc... e no organismo humano é um antinutriente, indisponibilizando o cálcio, ferro e zinco, por isso a recomendação de nutricionistas é consumir os alimentos cozidos.


bertalha coração, Anredera cordifolia, no muro do parque augusta 


                                          bertalha coração no vaso


bertalha coração nascendo espontaneamente em um estacionamento na rua Paim, tubérculos aéreos já com mudinhas


estacionamento na rua Paim


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

ALFAVACÃO, Alfavaca-cravo, Ocimum gratissimum

 ALFAVACÃO, Alfavaca-cravo, Ocimum gratissimum


É planta nativa da ásia, do mesmo gênero botânico do manjericão (Ocimum basilicum). Sendo que o alfavacão tem um sabor forte de cravo, pode ser usado como condimento, fresco ou seco e moído para uso posterior. Pode ser usado para temperar carnes, em chá, sendo servido empanado e frito em um restaurante em Manaus como uma iguaria. Eu uso para fazer molhos de salada, como condimento fresco em refogados ou em bolos salgados, e ainda para preparar meus chás com ervas variadas.


É muito conhecida como planta medicinal, segundo Harri Lorenzi *, é usado na medicina caseira para banhos anti gripais, sobretudo para crianças, para tratar nervosismo e paralisia. Seu óleo essencial tem ação bactericida e analgésico de uso em odontologia devido ao eugenol.

 

Já no livro O Eden de Eva **, os autores descrevem a alfavaca-cravo com ação comprovada cientificamente como antioxidante, hepatoprotetora, antimicrobiana (para Escherischia coli, Vibro cholerae, Enterobacter sp., Salmonella typhi, S. enteritidis, Staphylococcus aureus, Candida albicans, C. krusei, C. albicans, etc), inseticida e parasiticida, p. ex. Ascaris sp., etc. 

 

Tenho em casa uma planta que tem as folhas um pouco menos comprida e mais aveludada, eu vi um alfavacão desse tipo no Campo Experimental de Jardinagem na UMAPAZ no Parque do Ibirapuera e pasmem! Também nascendo no meio fio da calçada com o asfalto na rua Inglesa, na parada inglesa, 2 exemplares! Próximos ao metrô. Essa é punk mesmo!


alfavacão, Ocimum gratissimum, horta das Corujas, 2017 
 

                                                      alfavacão ou alfavaca-cravo, 2017

 

    alfavacão no vaso, este tem as folhas menos compridas e meio aveludadas, 2020

 

* Plantas Medicinais, Harri Lorenzi, Plantarum

** O Eden de Eva, Eva Michalak e Antonio A. Silva Jr., Epagri

 

 




terça-feira, 18 de agosto de 2020

DAMIANA, Turnera subulata

DAMIANA, chanana, flor do guarujá, Turnera subulata


A Damiana é planta nativa no Brasil, tem sido muito usada como planta ornamental porque floresce durante o ano todo, oferecendo uma linda touceira florida, com suas flores amarelas claras, atraindo muitas abelhas nativas.

Me lembro bem de uma linda touceira dessas em plena rua da Consolação, no canteiro central,  em frente a uma agência do Banco Itaú, entre a av. Paulista e rua Antonio Carlos, durou por um ou 2 anos até que fosse arrancada de uma hora para outra não sei por que motivo, o que me causou certa tristeza.

 Porém já encontrei também crescendo espontaneamente no bairro Alto da Lapa, na Vila Pauliceia e também em Taubaté e Ilhabella.

No livro Plantas Alimentícias Não Convencionais de Valdely F. Kinupp, o autor fala do uso de suas folhas como condimento e para chás. Suas flores podem ser usadas para fazer geleia, salada ou na decoração de bebidas. Sendo citado como anti-inflamatório e afrodisíaco. Kinupp diz que para salada, as flores devem ser colhidas na hora porque duram apenas uma manhã. Diz que em S. Domingos, suas folhas são usadas secas e moídas, chamada de oreganillo. É expectorante, antibiótico. Possui flavonoides. Existe uma bebida chamada oreganill feita com o decocto* das folhas frescas da damiana, adoçadas e depois de fria, é adicionado suco de limão, para servir gelada.

Existe outra espécie com flores um pouco menores e em tonalidade de amarelo mais escura, cujo nome científico é Turnera diffusa.

O nome do gênero Turnera é devido a uma homenagem a um médico, físico, zoólogo, naturalista, herbalista e reverendo William Turner (1510-68), cientista considerado "Pai da botânica inglesa", tendo escrito o compêndio de plantas medicinais, A New Herbal.

 

Damiana, Sorocaba, 2018


Damiana ou chanana, calçadas de Sorocaba, 2018

 

Damianas se desenvolvendo em muro, Sorocaba, 2018

 

Damiana, Turnera diffusa, 2018

 

Origanill, bebida feita do decocto, erva fervida, da damiana, primeira tentativa, ficou bem fraquinha a coloração

 

2ª tentativa da bebida oreganill, usei muito mais de 2 punhados para 1 copo de água na hora de ferver, achei o sabor muito leve e suave, puxando para o levemente adstringente

 

 

* o chá pode ser simplesmente abafado em água quente, processo chamado de infusão, e o decocto/decocção é quando se ferve a erva por 10-15 minutos