terça-feira, 7 de dezembro de 2021

TAIOBA, Xanthosoma taioba

 TAIOBA, Xanthosoma taioba


O outro nome da taioba em tupi-guarani é taiá. É nativa em Minas Gerais, floresce raramente. Muito usada na culinária mineira e no Rio de Janeiro. Suas folhas, talos e rizomas são comestíveis, refogados, os rizomas podem ser bem cozidos e fritos.

Propaga-se por rizomas. As folhas mais velhas concentra mais ácido oxálico, portanto é recomendado o consumo de folhas mais jovens e aquelas que estão à sombra.

Contém proteína, cálcio, fósforo, potássio, magnésio... Possui betacaroteno, luteína, a vitamina do olho e violaxantina.

Para preparar a folha, rasgue e descarte as nervuras centrais. Recomenda-se branquear (colocar as folhas em água quente, contar até 7, retirar colocar em água gelada e contar até 7) ou escaldar e depois refogar como couve manteiga. O sabor lembra de couve porém com uma textura mais macia. Para preparar os talos, desfie com uma faca a pele que a envolve antes de refogar.

O mestre das PANC Valdely Kinupp diz que se vc não conhece a planta, por exemplo, você visita um sítio e nunca consumiu aquela planta do local, mesmo tendo características da taioba comestível, é recomendável cozinhar bem, descartar a água.

Para reconhecer uma taioba comestível, observe se a abertura no alto da folha se inicia no talo, as folhas tem um contorno (bordadura) em volta da folha toda. E além disso possui uma cerosidade, é como saísse um pó passando a mão no talo, como tem na bananeira.

Muito cuidado para coletar as folhas, se você não conhece a planta, procure saber com quem já está acostumado a colher e preparar, pois existem taiobas bravas e muitas vezes se pode mesmo confundir com a folha do inhame que não possui abertura no alto da folha que  vai até o talo.

Tenho uma amiga que confundiu na hora de colher, já que taiobas e inhames nascem juntas lado a lado e sem querer colheu uma folha de inhame misturada às taiobas e diz que a sensação de comer uma folha de inhame é horrível, porque fica pinicando, arranhando, coçando... é melhor não se arriscar em caso de dúvidas. Variedades bravas normalmente tem folhas mais escuras.


note a abertura da folha se junta ao talo olhando por baixo





folha do inhame, na parte superior não forma um "V" pronunciado como da taioba, abertura bem pequena

exemplo da variedade de taioba brava, é bem parecida com a taioba comestível, a que aparece atrás dessa grande folha no canto superior direito (esta folha maior é a não comestível, a espécie brava, é muito parecida, tem bordadura em volta da folha toda, onde a abertura, o "V" da folha encontra com o talo, tem um espaço maior do que a variedade comestível. Essa taioba brava achei mais brilhante também a folha.





quarta-feira, 3 de novembro de 2021

ARARUTA, Maranta arundinacea

 ARARUTA, Maranta arundinacea

É planta nativa da América central*. Antigamente era muito conhecido o polvilho de araruta e mingau de araruta. Sempre ouvia minha mãe falando sobre araruta mas não sei se chegou a ter na horta de casa, na época em que já morávamos na cidade. Mas creio que ela plantasse antes, quando moramos em sítio.

Segundo Kinupp, com o passar do tempo o produto começou a ser adulterado, então o amido de araruta, não era mais feito com essa planta e estava quase em perigo de extinção.

Ganhei alguns rizomas para plantar do meu amigo especialista em PANC Lúcio Tamino e também da minha amiga Daniela Pastana Cuevas, do Semear Conhecimentos. Plantei uma parte em uma jardineira e parte em um canteiro lateral da casa.

Os rizomas secos são ricos em potássio, nitrogênio, tendo ainda sódio, ferro, zinco, magnésio, fósforo e possui fibras e proteína. A colheita se dá quando as folhas começam a murchar.

Para extrair o amido, depois de lavar os rizomas, cortar em rodelas, tirar a película enquanto lava. Triturar em liquidificador com um pouco de água e coar em pano limpo, bater novamente com mais água, use a água coada pra triturar nova leva. No final deixe decantar o amido, escorra a água e lave o amido, decantar várias vezes, mexendo. Adicione água e repita a operação até ficar branco. Seque no sol, esfarele com as mãos. Antigamente se ralava.

Após extraído o amido pode-se preparar mingau, pães, biscoito, etc. Eu só cozinhei, o sabor lembra muito milho a parte de cima do rizoma é mais fibrento. Como o sabor lembrou o gosto do milho, fiz um bolo salgado e coloquei rodelas da araruta cozida. E também fiz uma focaccia de panc com araruta cozida de cobertura com outros ingredientes, na próxima publicação passo a receita da focaccia.

Segundo um livro** da Embrapa, a araruta é uma planta indígena do sudeste do Brasil até as Guianas. Diz que quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, os nativos chamavam a planta de aru-aru ou só aru. Eles usavam o polvilho como curativo de feridas e para neutralizar o veneno das flechas inimigas.

 

                      colheita de araruta plantada em vaso


                    tirei muitas pequenas mudinhas




                canteiro lateral ao lado do muro em casa




                                 araruta cozida
 

* a maior parte das informações retirei do livro PANC do Valdely F. Kinupp, ed. Plantarum

** Como plantar e usar a araruta, Embrapa, Brasília DF, 2005


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

MASTRUÇO DA VIRGÍNIA, Lepidium virginicum

 MASTRUÇO DA VIRGÍNIA, mastruço de galinha, Lepidium virginicum


Nativa da América do Norte, há várias plantas diferentes que possuem o nome de mentruz, mastruz ou mastruço, o nome popular depende da região do país; nasce no inverno e primavera, por isso nesta época do ano tem muito aqui em casa. A planta jovem tem folhas bem maiores, por esta razão é o melhor momento de colher suas folhas... por causa de sua picância gosto muito de usar no molho da salada. As sementes também podem ser usadas. Mas a planta fresca é picante, perdendo esta característica após cozimento.

Nasce espontaneamente em calçadas, jardins, praças, etc. Já encontrei esta planta no Pacaembu, na Faria Lima, na Barra Funda, Parada Inglesa... em grande quantidade. Suas flores são brancas e minúsculas.

Outros nomes populares: mastruz, mastruço dos índios, erva-fome, virginia-cress, wild pepper cress. É da família da mostarda.

No site Horto Didático/UFSC, diz que é usada popularmente para deficiência em vitamina C e diabetes, para expelir vermes intestinais, antidiarreica, para disolver cálculos renais. Diz que possui aminas, flavonoides, leuco antocianinas, esteróis, triterpenos, taninos e fenois, e alta quantidade de vitamina C.

A picância indica compostos sulfurosos, enxofre.

No livro de Plantas Medicinais de Harri Lorenzi, ele diz que tem os mesmos usos do mentruz rasteiro, Coronopus didymus, sendo usado então para tosses, bronquite, afecções gástricas.


                 mastruço da virgínia, nascendo aqui na ardósia, 2020


                também chamada de mastruz, aqui já com sementes e flores


              suas flores são minúsculas


            quando a planta é jovem possui estas folhas maiores

 

          a planta dando flores e sementes fica com folhas miúdas


referências bibliográficas:

Plantas Medicinais no Brasil, Harri Lorenzi, Ed. Plantarum

Horto Didático de Plantas Medicinais do HU/CCS:                       https://hortodidatico.ufsc.br/mastruco-de-galinha/


sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Por que chuchu é PANC? Chuchuzeiro, Sechium edule

 Por que chuchu é PANC? CHUCHUZEIRO, Sechium edule


Minha mãe sempre teve no quintal pés de chuchu, me lembro deles subindo pelo muro e os frutos pendurados, às vezes subindo em alguma árvore.

Para mim os brotos do chuchuzeiro refogados é a hortaliça mais deliciosa em termos de sabor... já fiz só refogado com alho e cebola ou com arroz e cúrcuma, o sabor é imbatível na minha opinião. Quando seu chuchuzeiro tiver muuuitos ramos, colha os brotos com uns 40-50 cm, a parte mais macia dos galhos, eu só tirei as gavinhas por achar muito duras, o resto, refoguei tudo.

Além dos brotos, o pé de chuchu tem tubérculos comestíveis, que ficam próximos do pé que pode ser colhido em agosto/setembro. E podem ser consumidos como uma batata, cozidas ou chips. Eu nunca comi, por isso não sei o sabor.

Outra forma pouco usual de consumir o chuchu é fazendo doces... Eu pesquisei em uns sites franceses, geleia de chuchu e bolo de chuchu. O chuchuzeiro é nativo no México e América Central, os franceses levaram o fruto para ser cultivado no norte da África para abastecer a Europa... então eu imagino que exista uma tradição de uso antigo, já que era cultivado pelos astecas. Nas suas receitas, os franceses tem preferência em usarem o chuchu muito velho, já brotando... talvez pela textura e por ter menos líquido.

Segundo a EMBRAPA, o chuchu é rico em fibras, tem vitaminas A, B e C, antioxidantes, rico em minerais como o fósforo, potássio, cálcio e magnésio.

No livro de Plantas Medicinais do Harri Lorenzi, o autor diz que toda a planta é empregada na medicina caseira, que o infuso das folhas e casca do fruto é considerado diurético, hipotensor e remineralizante. E o chuchu cozido sem sal é usado para combater a pressão arterial.

Eu não achei tão fácil de plantar o chuchu, mas depois na 4ª tentativa, eis meu chuchuzeiro que subiu na árvore. Comprei o chuchu e deixei germinar, só deixar ele envelhecendo, que uma hora acaba saindo o broto e colocar sobre a terra... o ideal é em lugar que bate sol... neste lugar não bate quase sol, então ele demorou para virar uma planta forte... mas agora deu 2 galhos fortes vindo do chão... eu colhi neste ano apenas 3 chuchus antes do inverno.

Em outra postagem, passo a receita da geleia de chuchu com palma miúda... foi uma verdadeira epopeia kkk mas isso já é outra história.E meu bolo de chuchu, cacau e palma miúda.


               flores do chuchuzeiro, 2021


   colhendo o chuchu neste ano, do chuchu que comprei o fruto e plantei



      demorei a perceber que tinha um chuchu pendurado kkkk

arroz com cúrcuma e brotos de chuchu, feito coletivamente no Ecosítio Filhos do Sol em cotia


                             brotos de chuchuzeiro


                      refogado de brotos de chuchu, uma delícia!







segunda-feira, 2 de agosto de 2021

AZEDINHA, Rumex acetosa

 AZEDINHA, Rumex acetosa


Planta nativa da Europa e Ásia. Possui variedade de folhas verde clara, de folhas verde escuras e também com nervuras avermelhadas.

A azedinha tem um sabor acídulo, ótima para consumir em saladas, crua, ou usada em suco verde, também pode ser refogada. É rica em vitamina A  e C, possui potássio e magnésio. É rica também em ácido oxálico, um anti nutriente, portanto, não recomendado para pessoas com problemas renais segundo Valdely Kinupp em seu livro PANC.

Não tolera calor excessivo. Seu cultivo é feito na época de outono e inverno.

É uma das primeiras PANC que ouvi falar, muito comum em hortas comunitárias. Acredito que ela não gosta de solos encharcados, pois a minha morreu após a época de chuvas, há uns 2 anos atrás... Depois de muito tempo sem ter a planta, ganhei agora de uma amiga, a Irene, que produz orgânicos. Ela me deu 2 mudas, no final inavertidamente, a pessoa que cuida da horta, acabou arrancando e ela ficou sem a planta. Então quando a minha duplicou, devolvi 2 mudas para ela... 

Como a natureza é abundante e generosa... 

 

           azedinha, Rumex acetosa, de folhas verde claro

 

              azedinha do meu quintal, 2021


                   azedinha, Rumex sanguinea - foto da internet



       azedinha, Rumex acetosa, folhas verde escura, foto da internet


terça-feira, 22 de junho de 2021

LÍRIO DO BREJO, Hedychium coronarium (flor comestível)

 LÍRIO DO BREJO, gengibre branco, Hedychium coronarium (flor comestível)


É planta nativa da Ásia Tropical. Muito comum em áreas de brejo, nas margens de rios... Eu imagino o quanto a natureza é auto limpante e curativa, pois esta planta é considerada invasora agressiva, por ser ocupar os espaços tão rapidamente... acontece que ela é uma planta importante para descontaminação de esgoto *.

Por esse motivo só colha se o local não for poluído. Suas flores são brancas, comestíveis e tem um aroma perfumado muito forte e gostoso, rizomas podem ser consumidos em bebidas, doces, sendo sua fécula usada para fabricação de biscoitos. Segundo Valdely Kinupp em seu livro PANC, a fécula dos rizomas é muito rica em amido que pode ser usado em pães, bolos, pudins, mingaus, etc. O rizoma pode ser usado para fazer quentão, por exemplo. O autor também diz que o rizoma possui usos medicinais, p. ex. como anti-inflamatório por causa de seus diterpenos, a coronarinas.

As flores são muito bonitas na decoração de saladas e podem ser usadas para fazer geleia, sorvetes, etc.

Em um estudo publicado na Revista Brasileira de Plantas medicinais de M. B. G. Martins e outros, dizem que as folhas contem saponinas e o óleo essencial das folhas possuem cariofileno e mirceno, que tem atividades antimicrobianas. Fala da eficiência comprovada do extrato dos rizomas (secos ou frescos) em atividade antimicrobiana contra Bacillus subtilis, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans e Triochoderma sp. *

 

lírio do brejo, Sítio Amaranto, 2019


lírio do brejo, Centro de Permacultura Bioevoluir, Igaratá, 2017


                                Igaratá, 2017



                             Salesópolis, 2016

 

           salada de PANC e flores comestíveis
 


* Caracterização anatômica e fitoquímica de folhas e rizomas de Hedychium coronarium J. König (Zingiberaceae), Revista Brasileira de Plantas Medicinais,

M.B.G Martins A.L.C Caravante B Appezzato-Da-Glória M.K.M Soares R.R.D Moreira L.E Santo, jun/2010

 




segunda-feira, 17 de maio de 2021

HIBISCO, VINAGREIRA, Hibiscus sabdariffa, H. acetosella

 HIBISCO, Hibiscus sabdariffa/H. acetosella

O hibisco vendido para se fazer o chá também tem os nomes populares de groselheira, rosela e é uma planta nativa da África.

Suas folhas são verdes, após florir, suas flores caem e desenvolve ali o seu cálice, que é a parte utilizada para culinária, para fazer chá, geleia, etc.

Esta planta é uma velha conhecida dos japoneses, que ao chegarem ao Brasil, teve de improvisar e utilizá-la para substituir o umê-boshi, então minha família também costumava fazer o haná-umê*, haná é flor em japonês, e umê a conserva de um tipo de ameixa. Quando eu era criança me lembro dessa planta em nossa horta, e às vezes pegávamos algumas folhas para comer com sal, só de brincadeira, pois não tínhamos o hábito de consumir as folhas, só os cálices. As folhas são comestíveis, tanto folhas como cálices são bem ácidas.

No livro de PANC de Valdely Kinupp, há uma receita de frisante: Ferver 1 kg de ramos jovens e cálices, 10 litros de água, 1 kg de açúcar, esfrie e adicione 300 ml de suco de limão. Mexa, envase em garrafas pet, aperte a garrafa para tirar todo o ar. Tampe e deixe formar gás, fermentando à sombra, quando a garrafa volta a se estufar. Sirva gelado, fica levemente alcoólica. 

De seus cálices também pode-se fazer geleia, sorvete, doces... Pode-se liquidificar banana congelada com um pouco de sua geleia e obter um sorvete natural.

Suas folhas são usadas no prato tradicional maranhense arroz de cuxá, além do hibisco, a receita vai também camarão, gergelim, pimenta de cheiro e outros ingredientes da região.

O hibisco roxo, Hibiscus acetosella tem as folhas roxas e flores rosadas, possuem cálices bem menores, porém suas folhas são muito bonitas para decoração de pratos e saladas, dão um colorido especial. Tem os mesmos usos do hibisco mais comum como frisante, chá-suco, geleia, etc.


                           Hibiscus sabdariffa, Bauru, 2020


                    Hibiscus sabdariffa, Bauru, 2020


           flor do Hibiscus sabdariffa, Bauru, 2020


            Hibisco roxo, Campo Experimental de Jardinagem, Pq do Ibirapuera


                    flor do hibisco roxo, Hisbiscus acetosella, 2019


   cálices já limpos para uso culinário


cálices com semente, o miolo do meio deve ser retirado



                  flor do hibisco mais comum de folhas verdes, 2019


* o umê feito com os cálices de hibisco é feito apenas colocando o hibisco misturado com sal em vidros, deixados por um tempo. Minha mãe costumava colocar gengibre fatiado ou manga fatiada em conserva  junto ao vidro de umê, que ficavam rosados, e comíamos estes com arroz branco. Para saber como prepará-lo consulte o link abaixo:

https://outracozinha.com.br/2018/03/03/como-fazer-hanaume-uma-conserva-salgada-de-hibisco/

** OBSERVAÇÃO: se você tem dificuldades em reconhecer uma PANC, procure averiguar com bastante segurança se é a planta correta, para não se intoxicar, algumas plantas tem semelhanças no formato das folhas, p. ex. se encontrar uma planta parecida com o hibisco roxo, procure por grupos que possam dar a correta informação, identificação, pois ele se parece um pouco no formato das folhas com o pião roxo ou até a mamona roxa, que são tóxicas. Recomendo um grupo no facebook chamado IDENTIFICAÇÃO DE PLANTAS, coloque boas fotos, algumas de lado, planta adulta, com máximo de informações como flores, sementes e frutos se tiver, fotos nítidas das folhas, colocar data e local, eles dão somente o nome científico para não ter dúvidas e a pessoa que enviou as fotos deverá fazer suas pesquisas por conta própria sobre usos.




sexta-feira, 23 de abril de 2021

MAÇÃ DE ELEFANTE, Dillenia indica

 MAÇÃ DE ELEFANTE, árvore da pataca, Dillenia indica

A árvore da pataca ou maçã de elefante é uma árvore como o nome mesmo diz, nativa da Ásia tropical. É usada na arborização urbana. Aqui em São Paulo já encontrei na USP, no parque do Ibirapuera, no parque do Carmo, em uma praça na Heitor Penteado, no clube Corinthians.

Os pseudo-frutos podem ser consumidos após preparo culinário, tanto doce quanto salgado. As flores (abertas) podem ser consumidas. As sépalas carnosas dos pseudofrutos imaturos tem sabor bem acídulo, podem ser fatiados em saladas cruas, são ricas em fenólicos antioxidantes. Pode-se preparar carnes gordurosas com estes "frutos" segundo Valdely Kinupp em seu livro de PANC. O fruto mesmo se encontra em seu interior.

Conta-se que para os portugueses a planta é associada à riqueza e que o imperador D. Pedro II colocava moedas, as patacas, nas flores dessa árvore e tirava depois as moedas das frutas para dizer que no Brasil dava dinheiro até em árvores, ele fazia isso por diversão.

Um dia eu trouxe algumas frutas que devem ser colhidas verdes, pois as maduras tem muito fibras e não dá mais para se consumir, e refoguei com alho e cebola como dizia no livro do Kinupp, normalmente eu preparo os alimentos sem experimentar kkkk Daí deixei para o meu marido comer e ele falou que era impossível pois estava parecendo limão kkkk

Assim tive a ideia de triturar tudo no liquidificador com azeite e fiz com esse prato, um molho ácido e congelei. Servi depois com temaki PANC em 2 oficinas PANC e foi um sucesso!

 

                      no centro da mesa, o molho feito com maçã de elefante


     OFICINA DE PANC degustação temaki PANC com molho de maçã de elefante


maçã de elefante no parque do Carmo, estas estão maduras demais já pra colher


                                  árvore da pataca, parque do Carmo/SP


     frutos já maduros demais para consumo, observe as folhas bem estriadas






segunda-feira, 29 de março de 2021

RECEITA: PÃO RÚSTICO REZADO DE BELDROEGÃO

 PÃO RÚSTICO REZADO DE BELDROEGÃO, Beldroega graúda, Talinum paniculatum


Passei muitos meses sem fazer pão, depois que meu fermento levain acabou ficando muito velho e morreu. E voltei a fazer pão agora com o fermento granulado, sempre coloco ingredientes, farinhas diferentes a cada feitura.

Desta vez foi este, já que eu compro alguns orgânicos da minha amiga Irene Gamboa, e desta vez ela me trouxe como brinde um maço grande de beldroegões e por isso acabei fazendo o pão verde PANC. Agora, por que REZADO? Outro dia assistia a um programa de TV e vi umas padeiras em um vilarejo na Itália fazendo pão e vi que elas rezavam antes de assar. Como meu espírito inquieto não deixou de achar interessante e experimentar, já que o resultado lá era de pães magníficos. Vamos à receita.


PÃO RÚSTICO REZADO DE BELDROEGÃO 
 
Ingredientes

4 e 1/2 xíc. chá de farinha branca
1 xíc. chá de farinha integral
1 xíc. chá de far. de mandioca
1 e 1/2 xíc. chá de folhas de beldroegão batidas em 1 xíc. de água
2 e 1/2 xíc. de água
2 colheres sopa de sal
3 colheres sopa de açúcar
1/4 xíc. chá de azeite
1 pedaço de cúrcuma ralada (então o verde ficou mais claro por causa do amarelo)
1 envelope de fermento biológico granulado
2 PAIS NOSSOS (rezado após ter amassado a 2ª vez e uma vez antes de assar
 
Preparo 
 
em uma bacia misturar todos os ingredientes secos menos o sal.
Colocar o azeite, cúrcuma, beldroegão e ir misturando com a água até dar a liga, consistência de massa de pão;
no final colocar o sal, e amassando, o sal ajuda a desgrudar a massa das mãos;
depois de amassar, descansar por no mínimo 10 minutos, ou até crescer bem, eu deixei uma hora;
dividi em 2, e amassei, fiz uma bola e os talhos, fiz 1 PAI NOSSO, deixei descansando umas 2 horas, antes de ir ao forno fiz mais 1 PAI NOSSO e assei em forno pré aquecido, temperatura média para baixa, por 30 minutos, depende do forno... aos 15 min. vire a assadeira, verifique se já dourou
 
* sempre mudo as farinhas, coloco às vezes, farinha de aveia também, já coloquei fubá, linhaça, gergelim...
sempre 2/3 com farinha branca
 

curiosidade: meu amigo Carlos Alberto lembro-me que um dos nomes do beldroegão é bênçãos-de-Deus, bem a propósito kkkk
 
 

                Meu PÃO RÚSTICO REZADO DE BELDROEGÃO
 

              A coloração do pão ficou um verde mais claro, creio que por influência da cúrcuma que é bem amarela

 

                      Beldroega graúda, major gomes ou maria gorda